Daniel Olivetto
Androginismo
Atualizado: 5 de nov. de 2020
2020
Almério

Almério em foto de Juarez Ventura
Compartilhei pouco (quase nada na verdade) sobre música aqui no blog, mas há uma playlist generosa que inspira o processo desde o início. Uma lista de canções que estão ali por distintos motivos. Uma delas é essa na voz do pernambucano Almério.
Androginismo é uma canção composta por Kledir Ramil, lançada no álbum Circo de Marionetes (1978), do grupo gaúcho Almôndegas. Em junho de 2020, Almério dá nova voz à essa composição, lançando como um primeira amostra do álbum Desempena ao vivo, gravado durante turnês em 2018.
“O fato de eu ter escolhido cantar Androginismo vem das minhas vivências e lembranças como homem gay cisgênero, da minha vontade de gritar para o mundo os motivos que me fazem cantar e escrever. Grito contra o preconceito arraigado em nossa sociedade e denuncio os vários tipos de violência contra a nossa existência. A sociedade LGBTQI+ precisa cada vez mais de respeito e proteção” ¹
Androginismo
composição de Kledir Ramil
"Quem é esse rapaz que tanto androginiza? Que tanto me convida pra carnavalizar Que tanto se requebra do céu de um salto alto E usa anéis e plumas pra lantejoulizar Que acena e manda beijos pra todos seus amores E vive sempre a cores pra escandalizar
A minha mãe falou que é um tipo perigoso Que vive sorridente fazendo quá, quá, quá O meu pai me contou que um dia viu o cara Num cabaré da zona dançando tchá, tchá, tchá
Quem é esse rapaz que tanto androginiza? Que tudo anarquiza pra dissocializar Com mil e um veados puxando seu foguete Que lembra um sorvete pra refrescalizar
Cuidado aí vem ele, é um circo, é um cometa Abana, abana, abana, que é o Papai Noel
Cuidado aí vem ele, é um circo, é um cometa Abana, abana, abana, que é o Papai Noel
Eu pensei que todo mundo fosse filho de papai Noel..."
[1] Almério, In: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2020/06/06/almerio-revive-androginismo-do-grupo-almondegas-apos-42-anos.ghtml